Rowing,_Lucien_Davis,_1898O remo tem origens pouco precisas. Há relatos de Virgílio, na Eneida, que descrevem uma regata de remos ou as supostas corridas entre os barqueiros do Nilo, no Egito, que teriam competido para ganhar a honra de participar na procissão funerária do faraó. Alguns historiadores consideram que as primeiras competições entre barcos a remo começaram em Veneza, na Itália, em 1315, entre os gondoleiros.

Mais adiante, por volta de 1700, os rios da Inglaterra ofereciam uma alternativa de locomoção, além do cavalo e as carroças. Naquela época, o meio de transporte fluvial era o preferido, já que as estradas ficavam intransitáveis constantemente por causa do mau tempo.

No início do século 18, quando a Grã-Bretanha contava com uma população de 6 milhões de habitantes, não menos de 400 mil barqueiros ganhavam a vida transportando mercadorias e pessoas no rio Tamisa, entre Windsor e Gravesend. Naturalmente, isso foi criando um clima de competição no rio. Os percursos rápidos tinham uma remuneração maior e, ocasionalmente, começaram a ser disputadas competições, com prémios especiais entre os barqueiros profissionais e os jovens da região.

Os primeiros clubes de remo foram fundados por jovens desportistas amadores que utilizavam o mesmo tipo de embarcação que os barqueiros. Muitas vezes, o clube era batizado com o nome da embarcação utilizada pela equipa. Uma das mais prestigiadas agremiações daquela época era o Leander Club, que ainda hoje está em atividade.

A regata mais antiga de que se tem notícia foi realizada em 1716, na cidade de Londres, quando um famoso ator da época, Thomas Dogget, teve a ideia de criar uma regata que consagrava, a cada ano, o melhor barqueiro da cidade. A prova ainda é disputada e se chama Dogget’s Coat and Badge.

Em 10 de julho de 1829, em Henley-on-Thames, disputou-se a primeira prova da tradicional regata entre as Universidades de Oxford e Cambridge. Na época, mais de 20 mil espectadores viram o desafio desde as margens do Tamisa. O desporto britânico foi seguido nos Estados Unidos, onde as Universidades de Yale e Harvard se enfrentaram em 1852, em New Hampshire, sobre o lago Winnipesaukee.

A fundação de clubes, associações e sociedades interessadas na prática do remo provocaram a criação de federações nacionais e, depois, da Fisa (Federação Internacional de Remo), fundada em 1892, que unificaria as regras do desporto internacionalmente.

Em Olimpíadas, o remo estava incluído no programa oficial da primeira edição, em Atenas de 1896, mas uma forte ressaca, com ondas gigantescas, obrigou a anulação das provas. Assim, o desporto só fez a sua estreia nos Jogos de Paris em 1900. Naquele ano, a França dominou a competição vencendo seis das 14 medalhas em disputa.

Na edição seguinte, em Saint Louis de 1904, os Estados Unidos foram ainda melhores que os franceses quatro anos antes, ficando com 13 das 14 medalhas em jogo. Em 1932, nos Jogos de Los Angeles, os sul-americanos conseguiram conquistar a primeira medalha no desporto, um bronze do uruguaio Guillermo Douglas. A partir daí, norte-americanos e britânicos revezaram-se entre os vencedores na história, com pequena vantagem para os atletas dos Estados Unidos.

Em 1976, nos Jogos de Montreal, o remo foi disputado pela primeira vez por mulheres, e os países europeus dominaram as competições. Na edição seguinte, em Moscovo de 1980, os Estados Unidos, que boicotaram os Jogos, ficaram sem medalhas pela primeira vez na história.

Desde então, o desporto passou a contar com o domínio de novas potências, como Alemanha, Roménia, Canadá e Austrália. Entre os destaques individuais do desporto na história olímpica, brilharam os britânicos Steven Redgrave, único remador com cinco medalhas de ouro consecutivas, e Jack Beresford Wisnieswski Jr., também vencedor de cinco ouros, mas em Olimpíadas alternadas. Já entre as mulheres, quem se sobressaiu nas últmas edições dos Jogos Olímpicos foi a romena Rodica Arba, medalha de ouro em 1984 e 1988.